TAP: Passos "tira o tapete" a Pires de Lima e Sérgio Monteiro
Pedro Passos Coelho garantiu que "não haverá nenhuma discriminação entre os trabalhadores" da transportadora aérea. Ou seja, apontou-lhe a porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, "tirou o tapete ao senhor ministro e ao senhor secretário de estado".
Esta desautorização do ministro da Economia e do secretário de Estado dos Transportes pelo primeiro-ministro foi feita já no final do debate quinzenal desta sexta-feira, no Parlamento, em resposta à deputada bloquista ter voltado ao tema da TAP, que tinha inaugurado o período de perguntas da oposição, nomeadamente pelo PEV.
Catarina Martins defendeu que "o Estado pode pôr dinheiro na TAP, sim se for preciso", reiterando que a história de outras empresas públicas entretanto privatizadas, essa sim, "é a melhor forma de despedir".
À TVI 24, na noite de quinta-feira, o ministro da Economia, Pires de Lima, afirmara que o governo não poderia "estender o acordo a sindicatos que não se quiseram sentar à mesa e que não assinaram o acordo de paz social relativo a esta privatização".
Antes, a porta-voz do BE tinha insistido na necessidade de o governo travar a venda da PT aos franceses da Altice. "Ligando o voto do Novo Banco, cuja administração é nomeada pelo governo, [...] ao fundo de capitalização [...] e aos pequenos acionistas", recordando o pedido da Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM), que "veio pedir cautela e tempo" e o facto do Ministério Público estar a investigar, Catarina Martins disse que "é possível parar a venda".
Passos Coelho escudou-se no facto de não ter poder de intervenção. "Nós não somos donos do Novo Banco. O Estado não é seu acionista nem nomeia a sua administração", disse uma primeira vez. Mais à frente insistiu que "o Estado não é dono do Novo Banco, é o fundo de resolução e o dono [deste fundo] é o sistema financeiro".
A líder bloquista ainda insistiu: "As administrações obedecem ao acionista e o acionista é quem mete dinheiro e quem meteu dinheiro é o Estado." O primeiro-ministro acenou negativamente com a cabeça.